Parabéns pela bela reportagem e quero agradecer aNathalia Ely e ao Marcus Von Grollpelo apoio e pela importante divulgação do nosso esporte.
Especialistas discutem cobertura dos esportes amadores Felipe Pupo
No país do futebol, investir na cobertura dos esportes amadores se tornou um dos principais desafios para a crônica esportiva.
Apesar das conquistas internacionais, os atletas encontram dificuldades para divulgar as modalidades olímpicas nos meios de comunicação. Atualmente, a cobertura dos esportes amadores praticamente se limita às grandes competições internacionais, como os Jogos Pan-Americanos e as Olimpíadas.
De acordo com o professor de jornalismo da Universidade Santa Cecília, Marcus Vinícius Batista, o futebol exerce um monopólio nas coberturas esportivas e não existe nenhuma iniciativa dos jornalistas para mudar essa realidade. "Há uma excessiva cobertura do futebol em nosso país, e na maioria das vezes, essa cobertura se torna viciada com a agenda das competições. Infelizmente, essa é uma realidade que atinge a mídia de um modo geral. Apesar disso, os jornalistas não fazem nenhum esforço editorial para reduzir o espaço dessa modalidade em coberturas esportivas."
Para o jornalista Ted Sartori, do Jornal A Tribuna, os meios de comunicação priorizam a cobertura de campeonatos de futebol pela representatividade que a modalidade tem no Brasil. "Sem dúvida, a cobertura do esporte amador é menor que a do futebol. Afinal, a modalidade mais praticada em nosso país atrai mais investimentos e desperta um interesse maior do público do que os outros esportes."
Mas o jornalista reconhece que a imprensa precisa ampliar a abordagem de modalidades olímpicas. "A cobertura da mídia em relação ao esporte amador deixa a desejar, por isso, é necessário ampliar a participação de novas modalidades nos meios de comunicação. E pelo fato de sermos uma monocultura esportiva, o trabalho dos jornalistas ainda gatinha em relação aos esportes menos conhecidos."
Os atletas amadores, que necessitam de patrocínio para conseguir disputar competições nacionais e internacionais, encontram resistência para divulgar o trabalho em meios de comunicação. Esse fato é apontado pelo ex-atleta de Taekwondo Weleder Lourenço, como a principal dificuldade encontrada pelos esportistas do país. "Isso dificulta bastante o trabalho do profissional que precisa divulgar o seu talento para atrair patrocinadores. Com isso, muitos atletas não têm empresários para financiar as viagens realizadas em competições."
Em sua carreira, Weleder conquistou mais de sete títulos paulistas, quatro Brasil Open, duas Copas do Brasil e um latino americano. Atualmente ele coordena o Taekwondo na cidade de São Vicente. Para ele, o público tem um certo desânimo com as competições de esportes amadores, pela falta de espaço que essas modalidades encontram na mídia. "Se observarmos dentro dos meios de comunicação, iremos chegar a conclusão que a maioria dos programas esportivos falam apenas de futebol. E isso causa uma desmotivação das pessoas em relação aos outros esportes. Com isso podemos perceber que alguns jogadores de futebol que nunca ganharam nada na vida têm mais espaço que um campeão olímpico", comenta.
Especialização - Nas grandes competições esportivas, as emissoras costumam recorrer a esportistas para comentar as disputas de modalidades olímpicas. Essa medida sempre causou polêmica entre os profissionais de comunicação. Apesar disso, os especialistas concordam que os jornalistas necessitam de especialização. Para Sartori, a participação de atletas é fundamental para a abordagem de esportes desconhecidos. “As emissoras encontram muitas dificuldades para suprir a falta de especialização dos jornalistas. Por isso, a presença de atletas é fundamental para preencher essa lacuna. Esse fato é importante para contribuir com o didatismo das coberturas esportivas.”
Ao ser questionado sobre o assunto, o professor Marcus Vinícius Batista apontou dois motivos que explicam a presença de esportistas nas transmissões. "Em primeiro lugar, o atleta proporciona credibilidade à informação divulgada pela emissora. Existe uma idéia que o atletas entendem mais de esporte do que o jornalista. O outro motivo é a falta de preparação dos jornalistas. E isso ocorre também no futebol. Hoje, as emissoras precisam contratar comentaristas de arbitragem porque os jornalistas não conhecem o livro de regras. Por essa carência, torna-se fundamental a presença de um esportista para comentar esportes desconhecidos", comenta.
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